Sempre Haverá Você, de Heather Butler | Resenha do Livro

 Um bom tema executado de uma forma ruim é a definição perfeita para o livro Sempre Haverá Você, que perde a mão logo no começo do livro.

 Theo e George são irmãos, com oito e dez anos, respectivamente, que estão com a vida normal para suas idades, mas ao decorrer da história descobrem que sua mãe está com câncer.
 Problemas de crianças normais também são retratados nesse período, como bullying e competições saudáveis dentro da escola.


 Contando a história de forma ruim e sem profundidade, a autora Heather Butler escreve o livro Sempre Haverá Você para o público infantil. Mas ela mesma desmerece o intelecto de seu público alvo e peca ao deixar de apresentar os personagens no começo do livro e simplesmente joga-los aos montes durante o decorrer o livro.

 Essa atitude deixou vários momentos confusos, sem saber de quem os personagens estão falando. Outro problema é a falta de continuidade no comportamento, já que os personagens sofrem alteração nas atitudes de força significativa, no qual o comportamento deles no começo é diferente do comportamento ao fim do livro. Considerando que o livro se passa em um curto período de tempo, não existe motivo plausível para tais mudanças.


  A autora não teve o mínimo de cuidado ao tratar de assuntos importantes para as crianças mais jovens, que são manipuladas facilmente.
 O livro reforça pensamentos retrógrados como menina gostar de rosa, meninos serem fortes e não chorar, meninos não poderem usar maquiagem.

 Com anos e anos de luta para quebrar esses tabus e desconstruir as ideias que muito machuca os LGBT, e desencadeiam em vários atos de violência, o livro simplesmente ignora e prefere continuar martelando na ideia que é vai no caminho totalmente contrário que o mundo está se encaminhando. Continuar aplicando essas ideias que manipulam e fazem os indivíduos ficarem em certos padrões é inaceitável na época que vivemos.


 Os capítulos que somam quase 90 ao final do livro, são desnecessariamente curtos e terminam em momentos aleatórios, e também começam em momentos sem sentido.

Esse é o perfeito exemplo de como uma ótima história pode ser jogada no lixo por não saber coloca-la na prática, vendo que a própria autora preferiu falar sobre eventos irrelevantes para a história e deixou de lado a construção dos personagens principais.

No fim, é apenas a história de um garoto que está crescendo em uma sociedade machista e que se acha melhor que os outros, tem um irmão irritante, um cachorro pirracento e a doença de sua mãe, que deveria ser o foco da história, fica esquecida.

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